terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cobertura de guerra após a experiência no Golfo

A Guerra do Golfo, como já foi dito, inaugura uma nova forma de cobertura jornalística que marcou de forma decisiva a maneira de se fazer jornalismo de guerra a partir de então. A análise da cobertura que hoje se faz da Guerra do Iraque nos possibilita estabelecer inúmeros paralelos com o que se fez no início da década de 1990 e, assim, pensar na cobertura do Golfo como o início de um novo modelo que permanece em cena.


Assim como no conflito no Golfo, a maior parte do que circula na mídia provém das informações oficiais que são passadas pelo Pentágono. A censura e a manipulação atuam fortemente no que se publica nos veículos de comunicação. Além disso, não se vêem imagens de soldados americanos mortos ou em situação de extremo perigo ou situação dramática. Os mortos que aparecem são os civis iraquianos. Os soldados americanos mortos aparecem em fotos oficiais das forças armadas, dando-lhes sua "merecida dignidade" e escondendo as circunstâncias em que morreram.


O que a Guerra do Iraque traz de inédito é a estratégia de utilizar jornalistas "embutidos", que acompanhavam as tropas, o que transformou estes em alvos e em protagonistas indiretos do conflito. Isso foi feito, em parte, por causa da pressão dos meios de comunicação não-satisfeitos com a cobertura da guerra anterior e também pela dificuldade de se aplicar a censura em comunicações diretas por satélites. É claro que o Pentágono tinha a intenção de gerenciar o conteúdo do que seria noticiado através dessa tática de "enturmar" os jornalistas entre os soldados.

Já que esse é um ponto que distingue a cobertura das duas guerras, proponho que se pense no que isso torna a cobertura da Guerra do Iraque diferente da cobertura da Guerra do Golfo e como isso afeta de forma distinta na opinião pública.

Um comentário:

  1. Afinal, vc concorda ou discorda da politica de controlar e censurar a imprensa no campo de batalha?

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